Looking for a thougth?

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Did you ever tought about running away?

"Do you ever think about running away
'cause i was thinkin' about leavin' today
We'll follow forever where our hearts wanna go
Maybe we'll live somewhere where nobody knows our names
Then things might change for the good"
(Runaway-3 doors down)

Acho que não é tão incomum assim, uma vontade estranha de jogar tudo para o alto e simplesmente ir embora? Sem motivo aparente,apenas uma sensação de estar presa, sufocada por algo... Isso porém, é algo que passa sempre, algo que nunca faço, seja por medo,por preguiça ou simplesmente por saber que não vai dar certo, que é melhor ficar onde estou e seguir com as coisas como elas são... Pode não ser bem o que eu queria, mas as coisas quase nunca são.

Fugir. É um modo covarde de agir, fato. Mas ainda assim não consigo parar de pensar nisso, no que aconteceria se eu tivesse a coragem de ser covarde(?)


Mais uma das vontades estranhas que passam....

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Rolling Thoughts

Palavras têm um estranho poder, algo tão inconsistente e que aparentemente se perdem no momento em que se criam, mas têm um poder fantástico basta que se queira assim. Palavras que em momentos de raiva se tornam afiadas e certeiras como uma flecha, e você vê com certo prazer elas acertarem o alvo. Mas quase nunca as palavras se mostram como realmente foram criadas, pois em sua forma crua e pura elas não se adequam às máscaras impostas pela sociedade sempre há algo escondido, ás vezes aquilo que se mais queria dizer... As vezes as palavras são cruéis mesmo quando você não as quer assim, elas saltam do pensamento antes que você possa contê-las e então já é tarde, e muitas vezes basta uma palavras para causar um abismo entre duas pessoas.
E também as vezes apenas uma palavra pode fazer tudo dar certo... Mais uma vez não sei por que estou escrevendo isso, gosto das palavras, de saboreá-las e moldá-las ao meu bel prazer e, por mais que as vezes elas soem mais ferinas do eu pretendia, ou melhor dizendo, do que seria “certo”... Certas pessoas não sabem usá-las, elas soam falsas e vazias ou simplesmente passam sem atingir ninguém.
Mudando um pouco o foco, há certas pessoas que não sabem lidar com palavras e optam pelo silencio sem perceber que este é tão ou mais difícil e muitas vezes esse silencio não vai passar de um jeito imaturo de agir , do medo das palavras... Algumas pessoas simplesmente continuam achando que apelando o silêncio infantil e sem sentido se mostra maduro e superior mas não passa de uma fuga, de um jeito ridículo de agir....Mas talvez e só talvez, esse seja o único jeito que certas pessoas conhecem fugir das palavras por medo que elas mostrem aquilo que elas têm medo ou vergonha de mostrar...


Às vezes são tantas palavras em minha mente que nem eu mesmo sei mais no que estou pensando...

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Close Your Eyes

Quando era criança eu gostava de me esconder em qualquer lugar que fosse (Embaixo de mesas,de camas, dentro de guarda-roupas)fechar os olhos, e imaginar que talvez se eu acreditasse com força o suficiente eu abriria os olhos e me encontraria em outro mundo, entre rios e castelos, entre fadas, príncipes e dragões e por mais que eu abrisse os olhos e continuasse em meio à penumbra e a poeira, aqueles segundos de esperança tão inocente eram fantásticos...E as vezes, só as vezes, eu gostaria de poder acreditar de novo... De fechar os olhos e sonhar com um castelo no ar, com uma grande batalha e realmente acreditar nisso... Mas acho que deixei algo muito importante no caminho, algo tão preciosos que eu talvez nunca saiba realmente o que foi,mas que talvez explique o vazio que as vezes sinto dentro de mim...


Será que se eu fechar os olhos, vou conseguir acreditar em meus sonhos? Mesmo que seja pro apenas um segundo...Valeria a pena.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Looking Through the Glass

Sentimentos. Pessoas. Relacionamentos.

O que mais inquieta o ser humano são as outras pessoas, sua relação com elas e o modo como isso afeta suas vidas.
Certa vez um amigo me disse que gosta de conversar comigo pelo jeito 'delicadamente bruto' com o qual eu exponho minhas verdades. Mas as vezes eu me pergunto, do que eu estou falando? Sempre me sinto olhando através de um véu, de um vidro quando se trata de relacionamentos... Quando o assunto se refere a mim é sempre algo caótico, confuso e principalmente, distante, já comentei em algum post anterior sobre o amor, sobre como meu ‘eu’ cético se recusa a se render a isso, e então , arrogantemente me proponho a explicar sentimentos, a propor uma simplificação... Continuo achando que as pessoas supervalorizam os sentimentos e talvez eu mesma o faça, mas é no mínimo interessante observar a maneira de cada um lidar com eles...Alguns se fecham em seu próprio mundo, outros reclamam , outros desabafam... Alguns agem de forma infantil e irritante, outros com uma maturidade fingida, outros com uma frieza calculada... Mas no fim todos se rendem ao caos atribuído ao coração.Gosto de conversar sobre sentimentos, gosto de entende-los e moldá-los no estranho mundo que se configura em minha mente...
De uns tempos pra cá o grupo de amizades que eu possuía há alguns anos tem passado por problemas, os envolvidos mudaram, cresceram, amadurecendo ou não, uns deixaram isso no passado, outros se incluíram com o passar do tempo, mas todos os problemas tem seu centro numa mesma emoção exagerada; não quero ter aquele grupo de volta, ele não cabe mais na realidade que cada um moldou para si e, sinceramente, foi melhor assim... Quando você passa a conhecer melhor as pessoas você percebe certos traços imutáveis com o quais você não consegue conviver... Não vou citá-los aqui, enfim... águas passadas.
O que me levou a escrever esse post não foram velhas relações, desgastadas ou não... Para falar a verdade não sei ao certo o que me levou a escrever isso, pessoas me fascinam ao mesmo tempo que me dão vontade de me fechar cada vez mais em meus mundos de névoa.

Sentimentos.Relações.Pessoas.

Um comentário avulso, por que as mais belas histórias de amor se enquadram em tragédias? Talvez por serem um retrato fiel da realidade, todos buscamos nosso final feliz, mas os sentimentos nos levam por caminhos tão tortuosos que todas as histórias terminam antes do "e viveram felizes para sempre"...


"My dust world crumbles to the ground, surrending to the sadness of madness"

terça-feira, 29 de junho de 2010

Leafs in the Wind

Já é a oitava vez que tento iniciar esse texto sem muito sucesso, estranhamente não consigo pôr no 'papel' o que estou sentindo agora, não consigo explicar mas, preciso escrever... É uma sensação estranha que me acomete às vezes, normalmente no meio da noite, quando a insônia me leva a pensamentos estranhos... Uma espécie de angustia, que demora por vezes, dias a passar... Não sei bem de onde ela vem é somente uma tristeza passageira que se instala, trazendo suspiros e memórias que eu gostaria de manter longe... Traz rostos que eu achava perdidos, palavras que já machucaram e que eu pesei ter deixado para trás e uma sensação de saudade.. De algo que não consigo definir...
Essa sensação estranha que por vezes me acorda no meio da noite, como um sussurro distante traz ,não sei de onde, essa saudade, essa tristeza ou às vezes uma vontade de não estar sozinha... E por fim, apenas fecho os olhos e espero que ela vá embora, que o aperto em meu peito vá desaparecendo aos poucos...
Nem sei ao certo por que estou falando sobre isso...Como sempre essa angustia vai logo embora, deixando talvez algumas lágrimas no caminho, mas nada que eu não possa lidar.
Em momentos como esse eu quase sempre tenho vontade de falar com alguém, apenas para dizer " Não me sinto bem e não sei porque...Estranho, não?" Mas nunca o faço... Orgulho? Não sei, acho que não...Talvez eu apenas tenha me acostumado a lidar com isso assim...
Já nem sei mais do que estou falando...Um post mais estranho que os outros, talvez...


"In the fire I saw your face burning...And even I can't remember your name, the fire always seems cold to me."

sexta-feira, 4 de junho de 2010

My Inkheart

Livros são o meu maior vício. Fato. Maior que jogos de computador ou coca-cola...Ou até mesmo que minha leve 'obsessão' pelo meu cachorro... Mergulhar nas páginas de um novo livro, de uma história a descobrir ou redescobrir em alguns casos, me inebria de tal forma que desejo me perder ali para sempre, já perdi incontáveis noites por não conseguir deixar uma história de lado, tenho uma paixão quase doentia pelos livros, livros novos, com capas coloridas e páginas impecáveis ou livros antigos, desbotados e com um cheiro antigo, um cheiro de história... Todos me encantam, todos têm uma história diferente a ser contada cada vez que você os lê. Quando eu pego um novo livro para ler, deixo o mundo de lado com todo prazer, mergulho na história, só ouvindo o som das páginas se arrastando, só vendo as letras escuras formando todo um emaranhado de palavras... Não é exagero... Amigos e familiares já cansaram de me chamar por vezes enquanto eu lia um livro sem conseguir me arrancar dali... As vezes eu me percebo de tal modo na história que me esqueço de onde estou e volto meio confusa para o ‘mundo real’...

Creio já ter dito em algum lugar desse amontoado de palavras que deixo aqui, mas o lugar ideal para mim seria um pequeno chalé, escondido em lugar nenhum, preso num eterno fim de tarde de outono, um lugar cheio de antiguidades e coisas estranhas, sussurrando histórias por todos os lados, o barulho suave do vento lá fora e livros, livros por todos os lugares, milhares de histórias e contos apenas repousando em suas páginas e todo o tempo do mundo para que eu pudesse me entregar a elas e, é claro, um gordo e preguiçoso cachorro...Pois o ser humano não foi feito para a solidão... Já que, por mais que eu ame o cheiro de tinta e papel e os mundos estranhos aos quais eles me levam ainda assim às vezes é preciso sentir um pouco do calor do mundo real...

As vezes me pergunto, se não sou estranha demais por construir meu castelo de nuvens em bases tão confusas...Em cães e histórias...

Ah, so warm the madness that wrap the arms around me…So sweet the world made of paper and ink….

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Bond of Blood

Li um post hoje que me fez pensar em certas coisas, duas na verdade: meus irmãos.As duas pessoas com quem eu mais discuto, brigo e arrumo confusão por qualquer besteira; e ainda assim, duas das pessoas que eu sei que vão me fazer mais falta caso um dia deixem de estar por perto.Resolvi então mostrar um pouco desse "ser irmão" pra mim.
A relação entre irmãos é diferente de qualquer outra, não sei explicar, um irmão não é alguém com quem você quer estar todo o tempo... Na verdade você quer distância a maior parte do tempo! E parafraseando um amigo " Irmãos são os melhores em 50% do tempo e os piores nos outros 50%" mas ainda assim, é alguém que você precisa saber que está em algum lugar, mesmo que vocês passem todo o fim de semana trancados cada qual em seu quarto, basta saber que o outro está ali. É acordar e nem dar bom dia, já começar brigando, xingando e batendo e no segundo seguinte estar rindo por qualquer besteira.

Um irmão não é um melhor amigo com o qual você quer sempre conversar, mas é aquele que nunca vai ter medo de te dizer o que você precisa ouvir, pode não ser todo sorrisos e carinhos, mas vai ser o ombro amigo quando você mais precisar, quase sempre aquele que te faz chorar, mas jamais vai perdoar se outra pessoa fizer o mesmo,é aquele que você nunca vai dizer o quanto é importante e também que nunca vai conseguir mensurar o quanto precisa.

Enfim...Não importam as brigas pelo controle remoto, as discussões pelo ultimo pedaço de pizza ou qualquer outro motivo...Essas sempre vão existir, assim como vão também existir aqueles momentos únicos, que ninguém mais é capaz de proporcionar... Piadas, viagens, brincadeiras, apelidos... São coisas pequenas, que você só percebe tempos depois como marcam a sua vida... Em todos os melhore momentos, da minha infância principalmente, eles estão presentes, e mesmo agora, todos já 'crescidos' ainda existem piadas que só nós entendemos, momentos rotineiros e tão necessários...

Sei la... Acho que eu não gostaria das coisas que gosto, e não seria nem metade como eu sou hoje sem eles... Aprendi muita coisa com eles, coisas boas e coisas inúteis... Aprendi frações e a ser louca por jogos de computador, a gostar de legião urbana e desenhar nas aulas... E o mais importante: a arte de sacanear =p

Um irmão não vai hesitar em dizer "Você está errada" "Você é idiota." e principalmente "Sai do meu quarto." Muito provavelmente não vão estar nem ai pra os seus problemas, não como você espera de um amigo, não vão sentar e conversar, vão estar ali, apenas te dando a certeza que você não está sozinha, todos podem passar, amigos, namorados e , infelizmente, nossos pais, que nos deixam muito antes de nos sentirmos prontos para viver sem eles... Mas um irmão, vai estar ali, nem que seja pra lhe dizer o quão idiota você está sendo.

Meus irmãos são um pé no saco, me zoam por causa da minhas músicas e dos meus jogos, me chamam de emo e torram a minha paciência. Mas a vida não seria em um terço tão divertida sem eles. Talvez eu fosse um pouco mais normal, com certeza teria um vida bem diferente... Mas não deixaria de ser ‘Gué’ por nada nesse mundo.

Irmãos são a pior coisa do mundo, você nasce sendo obrigada a amá-los e no fim, não consegue viver sem eles...

Brother are like drugs… even if you know they can kill you, you don’t want to let them go.

domingo, 23 de maio de 2010

Deep in The Souless

Como era esperado o que eu disse ontem gerou uma certa comoção ,mas, deixo claro aqui que nunca neguei a beleza desse sentimento, apenas não consigo deixar de vê-lo como uma prisão... O amor é superestimado, por que aqueles que amam se vêem perdidos em tal felicidade que não percebem o quanto se prendem... Isso é bom, perceber-se tão feliz a ponto de nada mais importar... Mas,talvez, apenas talvez...Não seja para mim, eu consigo ver a beleza desse amor, mas apenas sua beleza poética, o amor entre flores e sorrisos, o amor em contos e filmes, mas a realidade me aprece simplesmente crua demais para isso.

O surreal me atrai de forma quase doentia, a fantasia o inexistente me inebriam, mas exatamente pelo fato de me levarem para tão longe desta realidade... Simplesmente não consigo ver o amor como algo real, pode-se dizer assim, ele, para mim, é tão personagem de fantasia quanto fadas e dragões... E sim, eu sei os comentários que virão, sei como irão me dizer que não é bem assim, mas não consigo evitar de pensar assim, frio de minha parte? Talvez... E talvez também eu me arrependa do que estou dizendo algum dia....

Uma amiga me disse algumas coisas que me fizeram ter até uma certa inveja dela, por acreditar e sentir isso de forma tão...Bela, é, acho que é essa a palavra... Sinto não poder ser assim, não poder me render a essa febre que acomete a humanidade desde que o homem se descobriu capaz de sentir... Dinheiro,religião,terras.... Quanto a tudo isso há opiniões divergentes, mas o amor, a simbiose entre dois seres, o amor dos amantes,ele é aceito em toda parte, cultuado... A arte o venera como a um deus... E não serei hipócrita a ponto de negar que em minhas próprias historias ele aparece, sorrateiro e toma conta da trama...Mas não passa disso, história, fantasia...

Às vezes penso se não seria melhor ignorar esses pensamentos estranhos que me acometem...Talvez, mas acho que esse não é um deles, há outros, que deixo escondidos nas sombras da minha mente...Coisas que talvez eu não queira realmente pensar... Ou que eu apenas tenha medo de pensar...

Mas chega de divagar...Minha opinião permanece, o amor é belo, sonhadoramente belo... Mas há algum tempo eu já aceitei que sonhos sempre serão sonhos... Desejos às vezes se realizam, mas sonhos voam alto demais para isso...

sábado, 22 de maio de 2010

Spots of Loveless

E a muito estou alheio e quem me entende
Recebe o resto exato e tão pequeno (Legião Urbana-Os Barcos):


... De uns tempos pra cá venho percebendo como todos à minha volta se apaixonam... Como dizem precisar disso de forma quase surreal, como necessitam amar alguém mesmo que não recebam esse amor de volta... E eu, bem eu nunca senti isso, essa necessidade extrema de estar com alguém, de ouvir uma voz ou apenas de ver um sorriso... Me pergunto como seria, mas no fundo, não sei se realmente quero isso... Detesto depender de alguém e por mais que venham com o papo de conto de fadas, a idéia ainda me parece muito sonhadora... Vejo tanta gente se machucando por isso, por causa de outra pessoa, e não consigo entender a dificuldade em esquecer... As vezes penso se não sou fria demais nesse ponto, para mim o amor chega a ser uma fraqueza em alguns casos, um sentimento que faz você se apoiar e depender de alguém a tal ponto que não consegue mais discernir você e o outro...


E eu me pergunto como eu consigo divagar tanto pela madrugada afora e também se tudo que eu penso é tão estranho como me dizem... Não que importe muito, apenas uma dúvida...Assim como perguntas retóricas...É apenas o prazer de questionar ...Sentimentos são um tópico delicado para se abordar, o amor principalmente as pessoas não aceitam muito bem uma visão diferente sobre ele...


Sentimentos, religião...São tantos assuntos que trazem discussão à menor menção... Como somos complicados, como é difícil aceitarmos a opinião do outro...

C'est La vie... Nem tão rose quanto gostaríamos...Mas ainda assim, deveras divertida...

Quem me dera, ao menos uma vez,
Provar que quem tem mais do que precisa ter
Quase sempre se convence que não tem o bastante
E fala demais, por não ter nada a dizer.
Quem me dera ao menos uma vez,
Entender como um só Deus ao mesmo tempo é três (Legião Urbana-Índios)


Ouvir legião me inspira pensamentos estranhos...

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Once Upon a Time...

Quem nunca leu contos de fadas quando era pequeno ( ou lê ate hoje no meu caso..Irmãos Grimm forever...) e se deparou com aquele "...E viveram felizes para sempre." Mas eu, como a criança estranha que fui, sempre me perguntei o que era esse 'para sempre'... Sempre ouvi tanta gente "Vamos ficar juntos,sempre...","Te amo pra sempre..."

Se tornou tão fácil assim alcançar esse para sempre? Então me contem o segredo...Eu já achei que amizades fossem para sempre, que amores fossem para sempre...E até mesmo que aqueles que nos são,ou foram, mais caros fariam parte dessa fantasia...

Por que isso agora? Não sei... Acho que porque me dei conta de quanta coisa deixei para trás... De quantos "para sempre" ruíram por ai...


Mas, acho que nunca é tarde pra um pouco de inocência, então, ainda quero acreditar que certas pessoas, certos momentos ficam...Se não pra sempre, pelo menos até onde eu conseguir levá-los...




Ahh...So drunk of all this fantasy, this world turns so perfect...

domingo, 25 de abril de 2010

Sometimes You Gotta Lie to Yourself

Porque as vezes você precisa dizer pra si mesmo que esta tudo bem, que isso não te machuca... Estou melancólica hoje... Acho que preciso mudar a playlist que estou ouvindo... Voltando, as vezes você tem vontade de gritar um FUCK YOU! para si mesmo por ser tão idiota, por falar o que não deve ou por não falar o que deve... Por machucar alguém e não se arrepender disso. Uma palavra impensada pode machucar muito mais que um soco... E quando você para e pensa nas palavras ferinas que saíram em momentos de raiva, em todas as mentiras que você diz para machucar alguém ... Você mente para si mesmo e diz que nunca quis dizer isso.. Mas você quis, mesmo que por um segundo... São tantas mentiras que você conta para si mesmo que um dia você passa a nem se conhecer mais, nem sabe mais se aquele sorriso é verdadeiro.


Sad reality... As vezes viver no conto de fadas que você cria na infância é tão mais doce do que manter os pés no chão.

Eu deveria ir dormir...Mas me sinto melhor à noite o dia as vezes me irrita, assim como as pessoas...Só as vezes.


As vezes eu acho que penso demais...ou penso em coisas inúteis demais.

Lost Spots

Sabe aqueles dias em que há tanta coisa em sua mente que você mal consegue pensar? Dias em que tudo que você quer é se encostar em uma parede, cair até o chão e chorar? Seja de raiva...Tristeza ou simplesmente para colocar tudo para fora... São dias estranhos em que em um momento você só quer estar com alguém e no outro só quer estar sozinho.
Em dias como esse eu coloco uma musica alta ,fecho os olhos e tento fazer tudo ir embora; penso em ligar para várias pessoas e no fim prefiro ignorar o telefone...
E as vezes você tenta escrever sobre tudo isso sem que soe como sentimentalismo barato muitas vezes sem sucesso...E pensa em como tudo isso é ridículo e mais uma vez levanta com um sorriso e finge pra si mesmo que nada aconteceu...Sabe como é um dia desses?São dias deveras patéticos...

Acho que gosto de ouvir os pingos de chuva na janela... O dia está passando devagar...

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Spots of Rain

Musica...Simplesmente adoro música, musica de verdade diga-se de passagem,com letra e melodia, musica para se ouvir e pensar...

Quando eu gosto de uma musica normalmente ela me leva para longe,para mundos estranhos...Tendo letra ou não elas me contam histórias...Posso passar horas ouvindo musica, muitas vezes sem realmente prestar atenção...O que muitas vezes me faz passar do ponto no caminho para a faculdade...Nevermind...


Percebo outra coisa, minha vida gira em torno de histórias...que eu escrevo, que eu leio, que eu apenas imagino...Acho que a realidade não me atrai muito...


A chuva cai la fora
As fadas se escondem por entre as flores
Ouço o canto das ninfas
E vejo a sombra de um dragão por entre as nuvens
Ou talvez seja apenas a chuva batendo na janela
Doce fantasia...

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Spots Of Nothing

O dia hoje está cinzento e melancólico, uma chuva fina caiu durante o dia todo e um vento frio me fez desenterrar casacos e pantufas... Gosto do frio, ele me inspira...
Só gostaria de ter algum livro novo para ler...Provavelmente vou procurar alguns dos antigos, ver s encontro alguma parte de algum mundo que ainda não explorei, talvez um bosque ou uma fonte, ou talvez apenas feche os olhos e me deixe cair... Humm, estou divagando demais hoje...Mais que o normal.
Um pequeno desabafo, ultimamente tenho estado de saco cheio,de algumas coisas, de algumas pessoas...Sinceramente só quero a companhia de um livro, um chocolate quente e uma música calma... Não quero saber do mundo lá fora, não agora

Então vou ser egoísta um pouco, vou esquecer de todos, e dos problemas...Me fechar em um lugar que no momento imagino como um pequeno quarto, imerso na penumbra, um vento frio sopra pelo lugar, quase apagando a pequena vela, há uma cama com um grosso e aconchegante cobertor, uma mesinha de cabeceira antiga onde repousam livros e uma caneca com chocolate quente, há uma grande janela e cortinas que balançam ao sabor do vento, há um tapete puído sobre o qual repousa um grande cachorro peludo e uma música suave toca vinda de algum lugar....Esse é meu recanto no momento,sem ninguém...



Então eu me pergunto se todas as feridas que a vida nos dá valem a pena?

quarta-feira, 17 de março de 2010

Spots of a Golden Ink- Parte I

Os olhos dourados do Lobo

~°~

Um uivo enche a noite

Uma saudação à Deusa sombria

Um uivo chega aos sonhos

Um último adeus

~°~

Depois de tantos anos finalmente consegui voltar a esse lugar, tão familiar e ao mesmo tempo tão estranho.Continua sendo o mesmo bosque tranqüilo, com suas arvores antigas e o suave canto dos pássaros. O sussurrar do rio correndo longe continua o mesmo,o sol ainda incide sobre as árvores fazendo com que a luz aqui sempre lembre um preguiçoso fim de tarde.Me lembrei de um dia como esse, um dia em que tudo parecia diferente...

Ainda com as roupas da batalha cheguei até o bosque, o barulho do rio, que sempre me acalmara, agora me parecia um som estranho, a diáfana luz esverdeada não me parecia natural ali...Meus olhos demoram-se na mais velha das árvores e com um suspiro cansado me sento na grama macia, apreciando a sombra, sentindo a madeira áspera em minhas costas ,como sempre, mas ainda assim, tudo estava diferente, inconscientemente levo uma de minhas mãos até meu lado direito.A lembrança me atinge, como uma flecha. Fecho os olhos com força, meu inconsciente se recusa a acreditar no que aconteceu.

Passo a mão com força pelos cabelos, aquela imagem invadindo meus pensamentos, os pêlos negros empapados pelo sangue, aqueles olhos dourados, tão iguais aos meus, fitando-me e eu via ali toda sua lealdade, seu amor... Não, não quero lembrar, meus olhos enchem-se de lágrimas.Não adianta, abrindo as próprias feridas meu coração insiste em reviver tudo outra vez, ouço novamente aquele ganido baixo, num ultimo esforço para levantar a cabeça a lamber meu rosto , o gosto salgado das lágrimas...Já não consigo evitar, as lembranças ocupam a minha mente como uma sombra.Uma pergunta cruel surge em minha mente....Não foi minha culpa? Se eu não tivesse tanta confiança em mim mesmo, tanta arrogância, isso não poderia ter acabado de outro jeito?

Minha mente vagava em amargos pensamentos quando uma estranha brisa começou a soprar, olhei em volta, vi as folhas se agitando, murmurando suas confidencias atemporais.E no meio do bosque,sob aquela luz esverdeada um espectro translúcido surgiu, por um momento pensei ser uma peça pregada por minha mente confusa, era ele...Trotando em seu passo silencioso até mim, lambeu meu rosto, estendi minha mão para sentir novamente aquele pêlo macio, mas ela o atravessou, olhei para aquele fantasma lupino, percebi então que era um ultimo adeus... Uma forma de me dizer que não fora minha culpa..Entendi o que ele queria me dizer.

-Mesmo sem você... Eu tenho que seguir em frente, não é rapaz?

Ele assentiu com a cabeça,e então eu senti aquela ligação que nos unia, como a uma só alma, se quebrando dolorosamente.Fora um adeus...Fiquei ali ainda por muitas horas, até o brilho pálido das estrelas vir a fazer-me companhia.Quando finalmente me levantei já não haviam lágrimas. Eu estava vivo, e por mais que aquela ferida não cicatrizasse jamais, eu iria fingir que já não doía.

~°~

Olhos dourados

Jamais se curvam a ninguém

Mas entregam seu coração

Numa cega confiança

~°~

Um riso baixo saiu de meus lábios, quebrando o silêncio daquele lugar.Ainda doía, mas agora era um saudade, uma coisa que machucava no fundo do peito, apenas me lembrando que a vida não se faz apenas de alegrias.Tantos anos se passaram... Fiz muitas coisas das quais me arrependi, e outras que me arrependi por não ter feito...Olho para o topo da arvore, um pássaro de penas rubras cantando uma doce melodia.Um sorriso meio de lado brotou em meu rosto cansado.

-Como será que você está, hein, ruivinha?

Ela também é como esse pássaro, só é feliz, quando está livre. E nessa liberdade, toda a sua beleza se mostra. Fecho os olhos, mais uma vez me entregando às lembranças...

A primeira vez que eu a encontrei, foi um tanto quando estranha...Eu havia acabado de chegar àquela pequena vila, e não devia estar fazendo uma figura muito bonita...Meu manto estava sujo e rasgado, havia um atadura em volta do meu braço, que estava empapado de sangue...Meu garanhão, cansado da viagem, trotava em passos pesados.Saltei próximo a uma taverna, ignorando as pontadas de dor que se espalhavam pelo meu corpo.Sentei ao balcão, ignorando os olhares atravessados dos poucos ocupantes do local.Pedi um bebida qualquer, fitando as ataduras que envolviam o pior ferimento, estavam molhadas de sangue, mas ainda agüentariam.

-Você deveria tratar isso.

Olhei para o autor da frase,uma garota ruiva, parada atrás do balcão, olhando-me com desaprovação.Rodei os olhos com certa impaciência.

-E você deveria cuidar da sua vida...

Não estava a fim de ouvir sermão de uma garotinha, só queria um pouco de álcool para mascarar a dor e seguir meu caminho,mas ela não parecia que ia desistir tão cedo...

-Vai infeccionar, seu idiota...

Rosnei, já irritado, olhei para garota,que mantinha um arzinho mandão no rosto.

-Isso é problema meu...

Ela ignorou minhas palavras,jogando os cabelos num gesto levemente arrogante, antes de sumir por uma porta que eu não notara antes.Resmunguei qualquer coisa ao taberneiro quando este me entregou o copo. “

Uma brisa passa pelas arvores, me tirando de meus pensamentos; me levanto tirando a poeira das roupas.

-As vezes eu me pergunto se não seria melhor eu ter saído dali enquanto pude.Talvez minha vida tivesse sido menos cheia de problemas.

Suspiro sabendo que jamais poderia ter feito isso.Desde que havia perdido Hades aquela foi a primeira vez que a letargia me abandonou.



-Continua...Algum dia-

Memories From Today

Sabe aqueles dias em que tudo o que você quer é ficar olhando o céu? Sentindo o vento... Ou talvez apenas existir..ão fazendo nada? Estou num dia desses....
E em dias como esse eu sinto falta dos meus cachorros...De passar a tarde inteira com eles lendo um livro,ouvindo o vento ou só sentada apreciando a companhia...Acho que eu tenho uma necessidade crônica de cachorros.


Uma amiga minha me diz que não quer ter cachorros porque eles dão trabalho,precisam de atenção,banho veterinario e etc.... Disse que prefere gatos porque são mais fáceis de se cuidar. (Eu nunca disse que você não gosta de cachorros ;p)
Mas uma sutil diferença entre cães e gatos... Gatos vivem com você, cães vivem para você.

Ok....É oficial, eu PRECISO do meu cachorro de volta.





Gosto de gatos...Mas não entendo como tem gente que não gosta de cachorro...

sexta-feira, 12 de março de 2010

Spots of Memory

The Memory Keeper

O guardião de memórias vive em meio à névoa de um mundo surreal, um mundo onde sonho, realidade, passado e presente se misturam em confusa harmonia.O próprio guardião é atemporal, vive de passado e futuro, levando nas mãos uma luz que revela as sombras que povoam seu caminho de névoa... O guardião de memórias tem sempre os olhos turvos, pois tem o mais belo e o mais triste dos ofícios...Ele guarda todas as lágrimas e todos os sorrisos ,sem nunca rotulá-los , guardado todos com a mesma nostalgia... E mesmo cercado de vozes, risos e lágrimas, o guardião está só...Pois todos os seres são feitos de névoa, vivendo eternamente um único instante....E o guardião segue sua sina, vagando pelos recantos da memória, acalentando os sonhos e regando as doces fantasias...E nas estranhas constelações do céu do pensamento ele encontra conforto para a dor que lhe aperta o peito... O guardião jamais esquece e chora pelos sorrisos perdidos...E depois de percorrer todo seu mundo de memórias ele volta para o recanto que é sua morada, um pequeno lugar perdido a infância , banhando por um pálido sol de fim de tarde, ali o guardião mantém as mais preciosas coisas Ali estão os frágeis sonhos impossíveis e os etéreos palácios de nuvem, mas não é para nada disso que o guardião dirige seu mais belo sorriso, ele segue até uma pequena caixa de vidro, dentro da caixa esvoaçam pequenas borboletas, diferentes em cores e formas...E o guardião cuida de cada uma delas com o mesmo zelo , dá a cada uma sua dose do cálido néctar, feito dos mais puros sentimentos que o guardião foi capaz de encontrar...Pois elas são o tesouro mais precioso deste vasto mundo de névoa...São tão fortes que podem se manter firmes durante a pior das tempestades e, ao mesmo tempo, tão frágeis que algumas palavras impensadas podem machucá-las...E o guardião sorri ao abrir a caixa e deixar que aquelas borboletas, cada uma delas única no mundo, voem livres...Dando um pouco de vida àquele turvo mundo atemporal.

Fim

quinta-feira, 11 de março de 2010

Dreaming about dreams...

Sonhos, são coisas deveras interessantes de se pensar... Reflexos do subconsciente que raramente o consciente se da ao trabalho de lembrar, mas que , ainda assim, são necessários para a nossa sanidade (ou quase)...
Raramente me recordo de algum sonho e os poucos que restam me divertem, me angustiam mas no fim sempre me deixam a pergunta: O que se passa dentro a minha mente, nos lugares empoeirados e atemporais da memória aos quais nem eu tenho acesso?


Hum, mais uma das perguntas sem respostas...








As vezes eu penso o que é mais angustiante, uma pergunta sem resposta ou uma resposta sem pergunta?

quarta-feira, 10 de março de 2010

Spots of ink...From years ago.

Snow Dream


Eu vejo a neve cair lá fora e sinto as lágrimas deslizando pelo meu rosto. Já faz tanto tempo e eu já esqueci. Tento me convencer disso, mas então por que essa tristeza? Por que esse aperto no coração?... Sou tão patética a ponto de ter que mentir pra mim mesma e falhar nisso! Mas não posso evitar, ver essa neve caindo, fria e silenciosa, me lembra aquele dia, o único dia que eu realmente gostaria de apagar da minha vida... Eu sinto muito, mas agora não adianta mais... Já faz tanto tempo, a única coisa que realmente me lembro é a neve, caindo exatamente como hoje, e a sua voz me dizendo adeus, e eu, idiota que sou, ignorei... Não acreditei em você por pura ignorância... Admito, é por minha culpa que hoje estou sozinha; é por minha culpa que as lágrimas caem; é por minha culpa que a neve se tornou tão triste.


Uma garota corria pela neve, se divertindo com os flocos que se acumulavam em sua roupa... Ela realmente adorava a neve! Tão fria e branca tão divertida de pular e rolar... Ela se divertia alheia a tudo, não percebeu nem mesmo o garoto que se aproximava meio indeciso.


-O-olá!- ele disse chamando a atenção da menina, que agora se divertia a fazer um boneco de neve


- Hein? Ah, olá! Quer me ajudar?- perguntou ela, apontando para o boneco inacabado.


- Claro, pode ser! –Ele sorriu. Foi estranho, mas ela sabia que tinha encontrado um amigo.


Desde então, eles passaram a se encontrar todos os dias, sem perguntas, sem palavras, somente eles e a neve, fria e silenciosa... Uma amizade que, assim como a neve, não precisava de muita coisa para existir.


Como eu sinto falta daquela época. Éramos tão felizes, mas a vida parece querer me negar essa doce palavra: felicidade.


Mas ,um dia, a neve parou de cair e ele não apareceu., Ela procurou e chamou por horas a fio, até que o cansaço vence e ela cai soluçando sobre a neve fria.


-Será que foi tudo uma miragem?Será que eu sonhei tudo aquilo?- ela chorava, abraçada aos próprios joelhos ,quando começou a nevar novamente e ela ouviu uma voz a chamar.


- Olá...- ele disse, abaixando e secando as lágrimas dela com a ponta dos dedos.


Ela levantou a cabeça e sorriu ao ver o rosto do amigo - Onde você estava?- ela perguntou, levantando e limpando o rosto.


- Vamos brincar... Logo a neve não vai mais cair!- ele disse simplesmente.


- Tudo bem!- Ela deu a mão ao garoto e saiu correndo, se divertindo ao cair com tudo num monte de neve fofa!


Eu era tão ingênua, não percebi a verdade escondida ali, não percebi que aquele sentimento que surgia era algo além de uma simples amizade, e também não percebi que aquilo era impossível.Eu só queria ficar perto de ti o maior tempo possível e esse foi o meu maior erro... A neve não cai para sempre.


Já estava ficando escuro e ela disse que tinha que voltar, ou seus pais ficariam preocupados.


- Não - ele a segurou pela mão - Por favor, fique mais um pouco. Logo a neve não vai mais cair!- ele pediu aflito.


Ela não entendia por que a neve não podia parar de cair, mas não pôde resistir àqueles olhos tão profundamente azuis, com um brilho desesperado pedindo-lhe para ficar.


- Eu... Tudo bem, mas não posso voltar muito depois de escurecer!- ela sorriu, apertando a mão dele.

- Obrigado... -ele retribuiu o sorriso e abraçou a garota, colando o corpo menor ao seu - Aconteça o que acontecer, saiba que meus sentimentos por você foram sinceros!


Suas palavras ainda ecoam em minha mente. Na época, não as entendi, mas hoje elas doem em meu coração e fazem as lágrimas aflorarem. Por que você apareceu em minha vida? Por que me fez gostar tanto de você?


Eles brincaram sem ver a hora passar... E na vila ,os pais da garota se preocupavam com ela e haviam saído para procurá-la. Eles andavam pela neve chamando o nome da menina que alheia a tudo, só pensava em se divertir.


- Filha! – O pai gritou ao longe, vendo a menina brincando com o garoto de roupas brancas – Filha sai de perto dele!- ele gritou com uma nota de desespero.


- Mas pai... - A garota tentou


- Não... - O garoto gentilmente tocou-lhe o rosto - Eu devo ir, mas lembre-se do que eu te disse; aconteça o que acontecer, saiba que meus sentimentos por você foram sinceros.


Ele disse isso e desapareceu correndo pela neve. Mal ele saiu o pai da menina correu até ela abraçando-a.


-Filha, está tudo bem com você? – perguntava ele, afagando seus cabelos. - Ele não lhe fez nada?


- Sim pai, estou bem. Qual o problema? Ele é meu amigo!


Quem me dera eu tivesse ficado calada. Quem me dera meu pai não tivesse aparecido... Mas ,naquela noite, tudo começou a desmoronar. Aquela era a ultima noite de inverno.


“-Filha, o que estava fazendo? Não te dissemos para voltar para casa antes de escurecer? Imagine só se eu não tivesse chegado!


Já em casa o pai falava irritado e garota nada entendia. Tudo bem que ela demorara um pouco, mas isso não era motivo para tanto estardalhaço.


- Mas, pai, eu só estava brincando com meu amigo!


- É isso que ele quer que acredite!Filha, aquele garoto era um demônio da neve!- o pai falou, finalmente olhando aflito para o rosto surpreso da filha.


- Demônio? – ela não acreditava. Então tudo fora uma mentira, ele era apenas um demônio de neve brincando com ela?


A garota saiu correndo dali e se jogou em sua cama, chorando até suas lágrimas secarem.”


Como fui tola. Esqueci de suas palavras e você me disse para não esquecer. Sinto muito... Eu realmente sinto muito. Você foi o único que nunca me cobrou nada, foi o único que realmente foi meu amigo e eu não acreditei em você e me deixei levar por um preconceito tolo, pelas minhas superstições idiotas!


A garota adormeceu na mesma posição, uma trilha de lagrimas se formara em seu rosto...Ela acordou pouco antes do sol nascer e foi até a janela.


- Por quê?...Eu sou realmente idiota! Ele era só um demônio brincando comigo... - nisso as lágrimas caiam novamente


- Olá... - O garoto, ou melhor, demônio, a olhava seu rosto também banhado pelas lágrimas.


- O que você quer? Veio aqui brincar mais um pouco com meus sentimentos?- ela atacou furiosa ,ainda chorando.- Veio mentir pra mim outra vez?!


- Eu pedi para você não esquecer... Eu nunca brinquei com você... Por favor, entenda... Eu não podia dizer para você quem eu realmente sou! Essas são as regras... - ele tentava falar, as lágrimas se misturando com a neve que caia.”


E eu, tola que fui não quis nem te ouvir... E agora você se foi pra sempre. Quem me dera poder voltar, mudar tudo o que eu te disse... Quem me dera poder viver aquele dia de novo, eu faria tudo diferente!


“-Eu te odeio! Saia daqui!!- ela gritava sentada no chão do quarto. Doía dizer isso, mas ele havia mentido para ela.


- Eu sinto muito... Mas a neve já vai parar de cair. -Ele tinha razão a neve estava cada vez mais fraca e o sol já despontava ao longe. - Sim eu sou um demônio, mas eu realmente amei você...


Você me disse o que eu sempre quis ouvir, mas eu, na minha raiva, não quis escutar. Só me importava o que você era... Será que um dia você poderá me perdoar?


Muitos invernos vieram e se foram, mas para ela a neve nunca mais fora uma amiga... Ela o perdoara, mas mesmo assim ele nunca mais voltou. Ela cresceu, mas nunca esqueceu do que aconteceu tanto tempo atrás.


Tanto tempo se passou, mas suas palavras ainda ecoam em minha mente.


“-Aconteça o que acontecer, saiba que meus sentimentos por você foram sinceros!


Agora estou aqui...Olhando a neve que cai, exatamente como caía há tanto tempo, branca e silenciosa...Como eu gostaria de ouvir você me chamando...Sua doce voz dizendo meu nome...Por favor, me perdoe por ter sido tão tola...Eu vejo a neve lá fora e em meio aos flocos, vejo alguém vindo em minha direção... Meu coração bate mais rápido... Mas deve ser só mais alguém da vila... Então por que eu estou tão ansiosa?...Por que sinto essa esperança brotando no fundo do meu peito?...Será por que eu reconheço esse jeito de andar? Esse jeito de agir, como se fizesse parte da neve... Abro a janela e ouço aquela doce voz me dizendo...

-Vamos brincar?


Você sorri pra mim... Um sorriso puro... Sem nenhuma mágoa pelo que aconteceu... E eu me jogo em seus braços, você me abraça como fez tanto tempo atrás e eu percebo o quanto senti falta dessa sensação... Do calor dos seus braços. Eu estou chorando... Você limpa minhas lágrimas e segura minha mão.E diz com sua voz suave:


-Vamos brincar... Logo a neve não vai mais cair.


Fim

Falling from a dream...

Sempre tenho essa estranha sensação de estar caindo dentro de mim, passo horas perdida em pensamentos inintendíveis, feitos de cores e sons que eu esqueço logo após pensar, ainda assim não consigo deixar de me perder nesse mundos... Fugir, talvez.
Mundos estranhos, refletindo o que se passa por entre as sinapses do meu cerebro, as pessoas insistem em me puxar para fora, para os sons reais, mas as vezes eu penso, como seria me perder para sempre?
Gostaria de entender a mente, mas para isso devo fechar portas preciosas demais, prefiro então me render ao não-saber,a não olhar a ultima página do livro.
Deixo as historias seguirem seu curso, mergulhando cada vez mais fundo...Ah, as vezes gostaria de poder não voltar....











E as vezes me pego pensando se as vezes não penso demais...

G.C. David